Receita do setor de franquias deve crescer 6,9%, indica a ABF

O faturamento do setor de franquias no ano passado deve registrar crescimento nominal de 6,9%, em relação ao ano anterior. Isso é o que aponta balanço prévio da Associação Brasileira de Franchising (ABF). Pelo segundo ano consecutivo, os dados parciais do setor mostram expansão mais intensa em termos de unidades em operação (5,1%) e redes (1,4%). O total de empregos diretos do setor subiu 4,8%, chegando a cerca de 1,34 milhão.

A ABF aponta alguns indicadores que teriam impactado positivamente o setor em 2019. A entidade cita, especialmente, o Índice de Confiança Empresarial e o PIB. Mas a diz que a chegada de novas redes e a abertura de unidades com novos modelos de negócio também contribuíram para o bom resultado.

De acordo com o presidente da ABF, André Friedheim, no ano passado, “o setor mostrou sua solidez, expandindo sua base instalada, aprimorando sua eficiência, adequando seu mix de produtos e serviços de forma a atrair e reter um consumidor com renda ainda comprimida”. Para o dirigente, a inovação e os ganhos inerentes de uma operação em rede também contribuíram para que o setor de franquias mantivesse um ritmo de desenvolvimento dentro das expectativas da entidade, apuradas trimestralmente ao longo do ano.

Reação mais rápida

O desempenho dos segmentos de Casa e Construção e Comunicação, Informática e Eletrônicos alavancaram o crescimento do setor como um todo. “Em ambos os casos, essas franquias fazem parte de áreas da economia que estão reagindo mais rápido”, afirma Marcelo Maia, diretor executivo da ABF.

Segundo Maia, em Casa e Construção, houve aumento significativo de empreendimentos lançados e da compra e venda de imóveis, que movimentam toda a cadeia. “Já Comunicação, Informática e Eletrônicos está muito associado ao aquecimento do mercado de celulares, periféricos e serviços correlatos, além de marketing digital e outras atividades on-line”, explica.

Os dados preliminares indicam que o setor teve um ritmo de crescimento mais forte no 4º trimestre de 2019, impulsionado pela Black Friday e pela sazonalidade do período.

Home Based

Segundo a ABF, o movimento de expansão das unidades de franquia, que atingiu 5,1% em 2019, foi motivado pela maior disposição das redes e candidatos a franqueado em investir, pela melhoria do Índice de Confiança Empresarial e pelo quadro econômico de forma geral. Os novos modelos de negócio, especialmente o home based, também concorreram para uma expansão mais ampla do setor em unidades, uma vez que facilitam o ingresso de empreendedores com menor capital inicial de investimento.

Associado à abertura de novas unidades, o volume de empregos cresceu de forma mais intensa pelo segundo ano consecutivo, observa a entidade. A ABF estima que para cada unidade de franquia aberta em 2019 foi criada uma média de nove postos de trabalho formal no Brasil. Nesta área, o setor de Alimentação é um dos que mais se destacam, sendo responsável, inclusive, por receber e treinar jovens em seu primeiro trabalho.

Para a entidade, os dados mostram que o setor continua atraindo muitas empresas, nacionais e internacionais, tanto que o total de redes de franquia em operação no País deve crescer 1,4% em 2019. “O Brasil continua a ser um mercado importante, em virtude de suas dimensões, população e características econômicas e sociais”, destaca o diretor executivo da ABF.

Empregos

Maia garante que novas marcas continuam a chegar, além de empresas já tradicionais que adotam o sistema para acelerar seu processo de expansão com menor necessidade de capital. “Como pudemos constatar na ABF Franchising Expo 2019″, afirma o executivo.

Observada a tendência de retomada do crescimento econômico e o avanço das reformas, a ABF projeta para este ano uma elevação do faturamento do setor de franquias de cerca de 8%. Quanto à geração de emprego no setor, a estimativa é que haja um incremento de 6%. A expansão das unidades deve ser de 6%, e o número de redes pode ter ampliação de 1%.

“Em que pese alguns dados e análises ainda não tão positivos, entendemos que, pouco a pouco, a retomada da economia brasileira vem ganhado corpo e tende a se espraiar pelo País com mais intensidade em 2020”, ressalta Friedheim. Segundo o presidente da ABF, muitas previsões já apontam um crescimento de cerca de 2% para o PIB brasileiro neste ano. “Com isso, o franchising pode manter indicadores sólidos e um faturamento mais forte, de cerca de 8%, ou até mais, caso as principais reformasestruturantes na esfera federal venham a se concretizar.”

Internacionalização

Há 163 redes nacionais com operação em 107 países, de acordo com estudo promovido pela ABF em parceria com a Apex Brasil, no ano passado. Em 2018, eram 145 redes, em 114 países. O segmento de Moda é o mais representativo, com 35 marcas. Saúde, Beleza e Bem-Estar vêm a seguir, com 32 redes. Alimentação mantém o terceiro lugar n ranking de redes brasileiras fora do País, com 25 empresas.

O principal destino das marcas brasileiras no exterior continua sendo os Estados Unidos, com 67 redes operando localmente naquele país. Portugal se mantém como o segundo país mais procurado pelos empresários brasileiros do setor, com 44 marcas. O Paraguai ocupa a terceira colocação, com 36 redes brasileiras. Em todos esses países, segundo a ABF, houve aumento considerável na atuação de franquias verde e amarelas.

No contra-fluxo, a ABF registrou a existência de 214 redes estrangeiras operando no Brasil, com redes originárias de 30 países. Os Estados Unidos também mantêm a liderança, com 81 das marcas. Portugal permanece na segunda posição, com 22 marcas, e a Espanha vem a seguir, com 17 empresas. Alimentação, Saúde, Beleza e Bem-Estar, Moda e Serviços Educacionais concentram a maior parte das redes estrangeiras que atuam no Brasil.

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