Balanço mostra alta de 7,1% nas receitas das franquias

O faturamento das franquias atingiu R$ 174,84 bilhões no ano passado. Esse montante representa crescimento nominal de 7,1% em relação ao faturamento consolidado em 2017. Os dados são do balanço consolidado divulgado pela Associação Brasileira de Franchising (ABF).

Segundo o balanço da ABF, o Brasil possui 2.977 marcas de franquias em operação, totalizando 153.704 unidades franqueadas no País, quantidade 5,2% superior ao do ano anterior. O número de empregos diretos gerados pelo setor chega a quase 1,3 milhão, um aumento de 1,1% sobre o número de postos de trabalho no setor em 2018.

 De acordo com a entidade, entre os fatores que contribuíram para o melhor desempenho das franquias no ano passado estão a inflação e os juros baixos. A melhora dos índices de confiança do consumidor e do empresariado, a retomada da expansão e os investimentos em inovação também ajudaram a fortalecer o setor de franquias, segundo a ABF.

O presidente da ABF, André Friedheim, diz que o ano de 2018, marcado pela greve dos caminhoneiros, foi desafiador para a economia brasileira e para o franchising. Segundo ele, para manter resultados positivos, as empresas franqueadoras fizeram valer ainda mais o trabalho em rede, que possibilita por exemplo ganhos em escala. “Buscaram inovar, investindo em novos formatos, produtos e serviços, trabalharam duro e puderam colher os frutos com o encerramento do ano”, sintetizou.

Faturamento cresce em todos os segmentos

O balanço da ABF mostrou avanço em todos os 11 segmentos do setor de franquias no Brasil, ao longo do ano passado. Veja como se comportaram os cinco segmentos do franchising que registram os maiores crescimentos no faturamento em 2018.

Entretenimento e Lazer foi o segmento que mais cresceu, com variação de 12,7% comparado ao ano anterior. Segundo a ABF, o bom resultado se deve especialmente à maior procura por jogos virtuais e novos nichos explorados por buffets de festas e eventos, com serviços delivery. São exemplos desse crescimento as franquias Escape 60 e Viva Eventos.

Hotelaria e Turismo vem em seguida, com faturamento 12,3% maior no período pesquisado. Entre os principais motivos, a entidade cita o reaquecimento do turismo no mercado interno e o uso intensivo de canais digitais. As redes CVC Brasil, HOTEL 10 e TAM Viagens refletem esse crescimento.

Serviços e Outros Negócios ficou na terceira posição, com variação positiva de 8,7%. O aumento da demanda por serviços no mercado pet, B2B e de back office, incluindo logística, justificam esse crescimento. As marcas Flash Courier, Petland e Roval Pet – Manipulação Veterinária demonstram o bom resultado.

Casa e Construção teve o quarto melhor desempenho em termos de faturamento, com alta de 8,6% no período. A retomada do setor de construção civil, especialmente pequenas reformas, de acordo com a ABF, sustenta o resultado do segmento. As redes Astral Saúde Ambiental, Casa do Construtor e Portobello Shop são exemplos desse avanço.

Comunicação, Informática e Eletrônicos vem em quinto lugar, com receita 7,5% maior no período pesquisado. Para a entidade, os fatores que contribuíram para esse crescimento foram o reaquecimento do consumo em datas comemorativas e a maior procura por serviços de reparos. Como exemplos desse segmento, estão redes como Arquivar – Gestão de documentos, Gigatron e Varejonline.

Crescimento do faturamento, por segmentos
  • Entretenimento e Lazer: 12,7%
  • Hotelaria e Turismo: 12,3%
  • Serviços e Outros Negócios: 8,7%
  • Casa e Construção: 8,6%
  • Comunicação, Informática e Eletrônica: 7,5%
  • Alimentação: 7%
  • Saúde, Beleza e Bem-estar: 6,3%
  • Serviços Educacionais: 5,2%
  • Moda: 4,9%
  • Limpeza e Conservação: 2,4%
  • Serviços Automotivos: 2,4%

Microfranquias avançam

O balanço da ABF neste ano incluiu dados sobre microfranquias, negócios com investimento inicial de até R$ 90 mil. Nessa categoria, houve crescimento de 8% de 2017 para 2018. No ano passado, 589 marcas foram classificadas nessa modalidade de franquia, contra 545 marcas registradas em 2017.

Os números envolvem tanto redes puras, que possuem somente operações com investimento inicial de até R$ 90 mil, quanto redes mistas, que, além dos negócios tradicionais, também contam com microfranquias em seu portfólio.

De acordo com Adriana Auriemo, diretora de relacionamento, microfranquias e novos formatos da ABF, mesmo com um panorama econômico desfavorável, as microfranquias se mantiveram como uma opção interessante para empreender. “Do lado das franqueadoras, este modelo passou a ser uma estratégia para atrair candidatos com menos recursos e chegar a novos mercados e pontos comerciais”, observa.

Mais informações: www.abf.com.br