Modelos compactos de franquia: vantagens e desvantagens
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Modelos compactos de franquia, muitas vezes, são as opções mais acessíveis a pequenos empreendedores que optam pelo franchising para montar seu primeiro negócio com base em modelos já testados e consagrados no mercado. Quiosques, trailers, contêineres ou lojas focadas somente no delivery costumam ser as primeiras opções de quem tem recursos contados para investir.
Ter no portfólio opções compactas de franquia é sempre uma boa estratégia de expansão em quase todos os segmentos do franchising. Marcas consagradas utilizam desse método para atingir, ocupar e conquistar territórios que não comportariam um modelo completo da marca.
“Podemos pegar como exemplo a Cacau Show, que hoje é a maior franqueadora do Brasil”, diz o consultor de franquias e especialista em varejo, Erlon Labatut. Ele lembra que a rede de lojas de chocolates começou a desenvolver modelos menores e mais acessíveis para quem não tem condições financeiras para montar uma loja tradicional da marca.
Demanda por modelos compactos de franquia
Labatut conta que, diante dessa oportunidade, muitas franqueadoras enxugam suas operações para atender a essa demanda de investidores com menos capital para investir em franquias. Também, os modelos compactos de franquia ajudam as redes a aumentar a capilaridade das marcas, geralmente, em cidades menores ou bairros mais afastados nas grandes cidades e capitais.
Quando a franqueadora enxuga o modelo, vai precisar de uma área de operação menor, um mix de produtos reduzido; menos funcionários, e terá custos fixos menores. “Portanto, para que o negócio seja lucrativo, a demanda necessária pode ser também bem menor”, destaca o consultor.
Os investimentos em modelos enxutos ficam em torno de 30% a 50% menores para o franqueado, em relação ao tradicional, lembra o Labatut. Segundo ele, o payback de uma operação enxuta acontece, normalmente, em até 24 meses, contra até 36 meses para o retorno do investimento em modelos tradicionais.
Menos gente na operação de modelos compactos
Labatut observa ainda que a opção por modelos compactos também seria uma alternativa para a dificuldade de mão de obra nas franquias. “A necessidade de ter uma equipe grande é uma objeção para muita gente que vai começar o negócio tradicional. Com os modelos enxutos, dá para tocar a operação com a família ou com poucos funcionários”, destaca.
Para o consultor, entre os riscos de um modelo compacto de franquia, baseado no sucesso de um modelo tradicional da marca, pode ser a inexistência de referência para determinadas situações que não tenham sido testadas no modelo tradicional.
Outra desvantagem, segundo Labatut, pode ser a eventual necessidade de redução de mix de produtos e serviços, para tornar o modelo enxuto, impactar no volume total de vendas. “Os produtos retirados do mix original poderiam, não necessariamente, vender muito, mas, de certa forma, serviriam como um chamariz para os clientes.”
Franquia compacta desde o início
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Labatut aponta que o franqueador, ao manter um modelo compacto, pode deixar de vender uma franquia tradicional. “As pessoas que poderiam investir no modelo tradicional, que traria mais recursos para a empresa, maior posicionamento, maior visibilidade, podem acabar optando pelos modelos mais enxutos. Então, a franqueadora pode acabar diminuindo o volume de venda de franquias no modelo tradicional.”
A CEO e fundadora da rede de salões de beleza Stylebar, Gisela Prochaska, apostou em modelos compactos para atingir praças onde não havia salões com o conceito Express da marca, em que as clientes ficam prontas em menos de uma hora. “Com o modelo, iremos expandir o que já construímos, levando beleza e praticidade para muitas outras mulheres.”
Quando o empresário Lucas Muller decidiu criar a Sirène, rede de fish and chips, optou por formatos enxutos, como trailers e containers. Consolidado o negócio como uma opção compacta de franquia, Muller diz que agora vai expandir o negócio, mas com uma operação mais completa, semelhante a um restaurante.