Especialista orienta franqueado de primeira viagem
Com o atual cenário econômico brasileiro adverso, muitas pessoas pensam em abrir o próprio negócio e se tornar empreendedoras, sobretudo quando perdem seus empregos. E as franquias são uma boa alternativa para quem quer correr menos riscos, principalmente, quando não se tem experiência como empreendedor. Por isso, o ex-presidente da ABF Rio de Janeiro e atual diretor executivo da Yes!, Rogério Gama, orienta quem pretende ingressar no mercado de franchising.
A vantagem das franquias é que são modelos de negócio testados e formatados, com serviços padronizados, treinamento e experiência do franqueador, suporte ao franqueado e marca já conhecida no mercado. O especialista aponta que entre os diferenciais do franchising está a taxa de mortalidade das empresas. Levantamento da ABF em parceria com o Sebrae mostra que apenas 3,7% das unidades franqueadas fecham as portas nos primeiros dois anos de atividade, contra mais de 20% de micro e pequenas empresas convencionais.
Mas o interessado em uma franquia precisa pesquisar muito sobre o setor no qual pretende ingressar. Segundo Gama, a melhor fonte para isso é a ABF (Associação Brasileira de Franchising) que divulga o crescimento dos setores e também o número de players. O especialista ressalta ainda que olhar para o futuro é fundamental para entender as perspectivas que o ramo de atuação escolhido tem pela frente.
Outro fator primordial é fazer um planejamento financeiro e cursos que auxiliam nessa questão. “O Sebrae tem um cardápio farto e de qualidade para este e outros objetivos empresariais”, afirma. Mas, segundo Gama, as próprias franqueadoras devem dar essa orientação aos candidatos.
Cuidados
O consultor enfatiza que é importante também não confundir capital de giro com reserva de contingência. “O primeiro é apenas para manter o negócio rodando, enquanto não ocorrem os recebimentos das vendas realizadas”, diz. O segundo é para suportar a operação durante o período de maturação do empreendimento. “Qualquer negócio, por melhor que seja, pode demandar um período de maturação até que atinja o ponto de equilíbrio”, diz.
Um dos principais desafios neste cenário é deixar de lado a ilusão de que, ao abrir um negócio próprio, o empreendedor deixará de ter patrão. Neste caso, os clientes tornam-se os patrões da vez, tão ou mais exigentes quanto os anteriores. Ainda de acordo com o executivo, outra confusão é a de pensar que, como dono de um negócio, haverá a possibilidade de trabalhar menos, quando se trabalha muito mais, principalmente no primeiro ano.
Antes de tomar a decisão de empreender, é preciso certificar-se de que o desejo é realmente maior do que o medo do risco de perder, pois em qualquer negócio sempre haverá o risco da perda. O especialista adverte que se o franqueado resolver não trabalhar o necessário, não seguir as orientações da franqueadora, não investir no seu negócio e na sua capacitação, “há grandes chances de não haver progresso”, frisa.
Idioma da vez
Para o executivo da Yes!, o setor de idiomas continua em alta no segmento de franquias, com um nível de demanda crescente de alunos por cursos nessa área. No Brasil, apenas 5% da população fala um segundo idioma, e o número cai para 2% quando se considera a aplicação de uma prova de proficiência.
O setor de educação e treinamento, no qual se inserem as escolas de idiomas, é uma das opções mais promissoras, principalmente se a escolha for ingressar no mercado de franchising, ressalta Gama. Ele lembra que o setor cresceu 8,7% no franchising, em 2015.